domingo, 1 de fevereiro de 2009

Como é possível...


que tanta gente veja tanta coisa tão boa em mim... tanta gente e eu não!?!?!?! Enfim...

1 comentário:

Anónimo disse...

A resposta é de um extrema simplicidade. Na vida, só é complexo o que olhamos de forma superficial.

O problema não está em si, mas nos espelhos. O espelho em que se vê, desconstrói a sua imagem real.

Deixe de passear pelos corredores do Palácio das Imagens Loucas da feira -- sabia que cada reflexo continua ainda carregado com os traumas e medos dos anteriores visitantes?

Caramba, pense em quem por lá andou! Pense nuns tantos, que até conhece – vai querer andar pelo mundo, envolta nos farrapos de tais pessoas?

Busque alguém que nunca viu! Sente-se, num comboio ou avião, ao lado de um desconhecido, que lhe dirá, num silêncio suave, “chegaste tarde, mas valeu a pena esperar por ti”!

E nessa altura vai-se dar uma sobreposição entre o sonho e o caleidoscópio de palavras que um dia escreveu, na areia húmida da praia.
Lembra-se desse tarde?
Como estava linda, sentada junto ao por-do-sol -- uns olhos profundos, que conseguiam ver as estrelas a brilhar, por trás da noite.

E aquela criança, que chorava, junto aos rochedos negros, recorda-se?

Sabe, essa criança que um dia há-de nascer era feita com pedaços de nós!

E será isso que o tal homem lhe irá dizer, de surpresa, num silêncio intenso – e tão esperado!


Somos mais ou menos como livros, a deslizar pela cidade.
Seguimos rua abaixo, cruzando-nos com gente que não sabe ler! Mas, acredite, basta fugir da sombra, atravessando para o outro passeio.

Lisboa , 02 de Fevereiro de 1871

Lobo

P.S. Estive a jantar com o Zé Maria Eça de Queirós. Anda a escrever uma obra chamada o "Crime do Padre Amaro".
Tive oportunidade de a folhear. O Libaninho é uma personagem impagavel.Tem de a ler!!!