Claro que vou escrever sobre o meu aniversário…

sobre como a minha mãe, à semelhança de todos os anos, me acordou às seis e meia da manhã, para me dizer que “faz hoje anos, a esta hora, estava quase a morrer” para me pôr cá fora [parece que eu previa o que aí vinha…] … mas também me disse, com a voz já salgada e os olhos cujo brilho se sentia pelo telemóvel, à semelhança de todos os anos, que foi uma grande alegria, porque era o que ela sempre tinha sonhado “uma menina... que cresceu tão depressa, com a cabecinha cheia de caracóis por fora e de ideias por dentro”… e eu, à semelhança de todos os anos, entre cobras, lagartos e outros répteis, queixo-me de me estarem a acordar de madrugada, só porque tenho de me apressar a desligar... que o sal também já me embarga a voz... e o brilho também já pinga dos meus olhos!…

32 anos… e tendo em conta que os meus [muuuuuuitos] defeitos se mantêm [bem firmes e hirtos…] e que o meu destino tem a mania de me levantar a voz e de me apontar o dedo, com um feitiozinho que até mete nojo, a fazer só o que lhe apetece, estando bem a lixar-se para o que planeio, sem dar satisfações e ainda a fazer cobranças das vezes em que tentei dar um passinho por livre iniciativa… ora, tendo em conta tudo isto, parece-me que será…
mais um ano!

Optimista?! Claro que estou… gosto de cá andar, com perfeita consciência de que acordar todos os dias é uma alegria, de que posso fazer sorrir alguém todos os dias, bastando para isso [imagine-se…] um sorriso, de que nunca sei quando volto a ver aqueles com quem estou e que, por isso, cada momento é especial… Optimista?! Sempre!!!

Feliz aniversário para mim!…